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23 de abril de 2025
Construindo conexões com o filho adolescente

Você pai e mãe de adolescente às vezes fica confuso, irritado com seu filho, não entendendo, como aquela criança fofa e obediente se tornou de uma hora para outra um rebelde e questionador?

Muitos comportamentos do adolescente estão ligados às mudanças que estão acontecendo em seu cérebro.

Você sabe que o cérebro do adolescente ainda está amadurecendo, não é? Então algumas áreas responsáveis pelos comportamentos observados em adultos, como capacidade de planejamento, controle das emoções, concentração, inibição de impulsos e empatia, ainda estão se desenvolvendo.

O adolescente pode apresentar oscilações de humor (ora está alegre e empolgado, ora desanimado) e comportamento mais reativo, ou seja, uma coisinha que para os adultos não é nada pode acarretar uma reação desproporcional.

Nessa fase, com o desenvolvimento da capacidade de pensar, os adolescentes começam a ver o mundo de outra forma e se tornar mais críticos consigo e com os outros, questionam mais, apontam as contradições que percebem. Esse desenvolvimento na parte cognitiva que não é acompanhada pelo desenvolvimento na parte emocional é o que acaba ocasionando as dificuldades na relação com os adultos. Outro problema é que o cérebro do adolescente necessita de maior estímulo para sentir prazer. Isso faz buscar experiências mais intensas, como festas, comportamento de risco, música, drogas para gerar um estado de satisfação.

Por que estou falando tudo isso? Primeiro para que os pais (e professores) saibam que NÃO É PESSOAL. E por que isso é importante? Porque quando os adultos entendem que aquela explosão, não é dirigida para eles conseguem ao invés de reagir (com violência, xingamento, etc.) agir com afastamento e objetividade e ajudar o adolescente a lidar com suas emoções.

Isso não quer dizer que não se deva fazer nada, mas os adultos nesse momento devem funcionar como um facilitador, alguém que ajuda a lidar com essa torrente de emoções e dúvidas e ajudar a direcionar melhor os comportamentos.

Fica a dica:

- Primeiro respire fundo, acalme-se, não deixe se envolver pelo descontrole,

- É importante uma escuta atenta e uma real vontade de se conectar aquele adolescente para ajudá-lo a se comunicar melhor. O que será que aquele adolescente se está sentindo? Qual a sua necessidade naquele momento?

-Ouvir com respeito e paciência, ajuda a conhecer melhor seu filho, fortalece os laços e faz com que ele/ela busque os pais quando estiver passando por dificuldades. Por outro lado, reações explosivas dos pais afastam os filhos e os deixam mais vulneráveis.

- Reproduza o que entendeu do que seu filho disse, para ver se a mensagem foi recebida.

- Entender as emoções dos filhos, não significa ser permissivo ou deixar de colocar limites. Respeite o sentimento, mas deixe claro que não é permitido agressão, desrespeito ou outro comportamento inaceitável.

-Ofereça alternativas de comportamento. Se acontecer do adolescente ser tomado pela raiva, quebrar as coisas ou agredir não é permitido. Quais as alternativas viáveis? Conversar com alguém, correr, caminhar, dançar respirar fundo, passear com o animalzinho de estimação, cada um vai encontrar uma estratégia

- Deixe claro o que não é permitido e as consequências e cumpra o que foi combinado. De preferência essas consequências devem ter ligação com o que ocorreu e ter um caráter reparador (sujou- limpou, quebrou- consertou ou ficou sem, magoou- pediu desculpas etc.)

- Como lida com suas emoções? Você é o modelo. Aprender a manejar as próprias emoções vai ser útil quando for ajudar seu filho a manejar as deles.

Embora seja uma fase de muitos desafios é uma fase de intensas descobertas e criatividade e que se bem manejado pode dar lindos frutos.

Um grande abraço e até a próxima.